6 de julho de 2011

Lago Baykal



A imagem, primeiro que tudo! Foi a visão a apreender o que de mais incrível este recurso natural tem para nos dar. A imensidão... Imaginar-se-ia um enorme oceano não se sabendo que, na realidade, apesar das ondas (até dava para o Boddy!), do tamanho e das praias, é um lago. Não um qualquer, mas sim o maior do nosso planeta Terra.


Chegámos cá vindos de Irkutsk após uma noite relaxante no Hostel "Nerpa Backpackers". Pós 87, procurámos a nossa receptora do HC mas, pela primeira vez nesta viagem, uma "banhada"! Saídos da estação fomos directos a casa da dita cuja, mas demos com o nariz na porta. Seguimos, sem desalento, rumo ao centro da cidade mais Far-East que tivemos até hoje. Podia até ser o Far West, como nos filmes de cowboys à excepção dos grandes novelos que rolam com o vento, e obviamente, a geografia. Aqui as casas são de madeira e com ar acabado. Existe um pequeno centro histórico de onde cresce uma cidade de dimensão mediana para a Rússia, que nunca conheceremos a fundo. Conhecemos os hóspedes do humilde hostel, uma suiça, dois ingleses (chhhhquechsitos!), um austriaco (sem inglês) e um casal de Iranianos. Casal esse que viaja há 6 anos com curtos períodos de passagem na terra natal para tratar de burocracias. Segundo soubemos, alugam uma casa que possuem por cerca de $2000USD e com isso viajam todo este tempo, esperam chegar aos 200 países este ano! Fica uma pergunta interessante que Mohamad fez a um compatriota de religião em St. Petersburg. Como fazem vocês aqui para rezar ao pôr-do-sol quando ele não se põe?! Resposta: Regra! Contra-resposta: A regra de Ála não foi a obrigação... foi ao pôr-do-sol! Casal curioso muito interessante, ficámos de nos encontrar na Mongólia.


Para já?! Para já, Baikal! E que bem! Apesar da chegada tardia de ontem à vila de Kurshir; após 6h de viagem de mini-bus, onde os cavalos avistados dão sorte e existem pontos para parar, deixar uma tira de farrapo limpo e pedir desejos; demos com a casa de Sergey, "pároco" responsável por uma igreja da vila que recebe pessoas através de HC e Couchsurfing. Conhecemos logo mais um grupo de pessoas que viajam e passam por aqui. Ontem éramos 10 em torno da mesa à conversa. Infelizmente a chegada foi já no lusco-fusco à ilha de Olkhon e à noite, à vila. O que vimos gostámos, aliás, adorámos e sentimos. Contudo foi pouco. Hoje, ao acordar, isso sim foi sentir, respirar, admirar, venerar e respirar o que este planeta tem de tão maravilhoso! Que paz se sente num lugar como este! Ouve-se o "mar" pois as ondas existem! Sente-se o espiríto pois as gaivotas voam!


Infelizmente o tempo não nos ajudou, mas decidimos não baixar os braços e ir em busca de uma aventura. O tempo esteve sempre nublado até alugarmos umas bicicletas e rumarmos a norte da ilha. De repente caíu mesmo a chuva e tivemos de parar e colocarmo-nos (dentro do possível) receptivos à mesma. Arrepiámos caminho, vimos campos da vazio rodeados de água, florestas de pinheiros também elas rodeádas por água, vimos praias belissímas sem a oportunidade de as experimentar. Muito frio, muita chuva e muito passeio de bicicleta! Parámos para umas sandes de queijo, umas bebidas e muito "trabalho"... muito, muito, "trabalho". Tendo em conta que o "temporal" que apanhámos não nos permitia usufruir de tudo o que o lago tem para nos oferecer, decidimos dedicar-nos ao "trabalho". Muitas fotos e muitos videos para registar esta paisagem, as suas mudanças de atitude e compreensão e também a nossa aventura! Agora de volta ao quente de uma casa repartida e dividida, com uma casa de banho realmente humilde e onde dormimos no chão mas sempre com um sorriso na cara... afinal de contas acordamos de olhos no Lago Baykal!!!


Uma frase de uma música acerca da Sibéria (leia-se Rússia): "There is no secret, if you can, save it and leave it dying on the wall". Parece comum por aqui, salvar para deixar apodrecer.

2 comentários:

  1. quem tirou a ultima fotografia? Muito boa. Parabens :)
    Bom caminho

    cumps

    marta freitas

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  2. deixem-me adivinhar foi o Jo~~ao


    MF

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