29 de junho de 2011

Até um novo poiso

Agora vamos arrancar! Destino? Irkutsk. Duração? 4 dias e 1/2. Transporte? Comboio Transsiberiano!
O fuso horário irá mudar mais que uma vez e relativamente a Mosocovo "perderemos" 5 horas, em relação a Lisboa, ficaremos com uma diferença de 8! Por pouco não estaremos no outro lado do mundo, definitivamente mais para lá do que para cá! Vamos escrevendo e fotografando, assim que possível voltaremos a este espaço para deixar um pouco destes acontecimentos.

Photos






28 de junho de 2011

In Russia, be Russian

Pode dizer-se isto em qualquer outro lugar, com qualquer outra nacionalidade mas, de facto, que melhor adaptação a um local que a de nos moldarmos à sua gente. Um cervejinha vai ajudando... Mosocovo, é uma cidade imensa, com milhões de pessoas a circular pelos canais do Metro que, no máximo 6 minutos e no minímo 30 segundos, não pára de passar. Milhões de pessoas atarefadas nas suas vidas, numa cidade gigante e de contrastes imensos. Não é um terceiro mundo. É mais uma cidade onde a simplicidade das pessoas é visível, com muitos edifícios em degradação contínua e ao que parece, o sentido comunitário vai desaparecendo com o crescer da cidade. Os prédios comunitários vão escasseando, sendo agora como viver em Lisboa, onde se divide o melhor que se pode no menor dos espaços, mas pagando todas as rendas necessárias. (Abraços para a malta da Maria Andrade, todos eles).


A cidade dos motoristas onde a cada porta de cada centro comercial, edíficio público ou simplesmente por aí, está um motorista num topo de gama à espera da personagem.Ser motorista por aqui deve render, os "magnatas" são muitos. Temos passeado por toda a cidade, dentro do possível, no metro e a pé. Fomos à floresta, na montanha citadina, com vista para o rio Mockba, costas para a Universidade Estatal Lomonosov e uma pista de saltos de ski ainda de pé. Galgámos rio acima e rio abaixo e acabámos por passar em frente do estádio do Spartak local onde chegaria mais tarde o Rostov para o jogo. Seguimos viagem e vagueámos pela cidade. As pessoas vão-se revelando mais fechadas, autoritárias e tratando todas as pessoas como russos que têm de saber o que andam a fazer e como o fazem. Não perdoam uma escorregadela, um olhar ou uma desculpa. Gostam de se mostrar russos quando lhes convem e menos russos quando, também, lhes convem. Não temos tido problemas mas apenas arrelias constantes com atitudes, caras e comportamentos. Nada que dois portugueses na Rússia não aguentem. Compreendemos também a sorte que tivemos no acesso a educação, valores e formação. Temos a sorte de ter vindo a ser muito bem recebidos nesta nossa viagem, mais uma vez um forte obrigado às pessoas que nos têm "hostado".


Uma vez mais, andámos pelo Kremelin e Praça Vermelha. Com tudo o que se passa naquele perímetro em nosso redor, conseguimos perder a noção do tempo e ficar, ficar e não mexer. Sentimo-nos como nativos a esta cidade quando saímos de casa, conhecendo os recantos do bairro, fazendo compras e orientando-nos facilmente, ao voltar esse sentimento perde-se com as arrelias que nos mostram que somos diferentes, não piores, não melhores, diferentes. Muitas coisas funcionam aqui como em Portugal seria impensável, também para o melhor e para o pior.


A jantarada de agradecimento à Irina contou com massa de frango com cogumelos e natas, encontro de 3º grau com falantes portugueses de Moçambique e uma noitada de conversa até de manhã. Agora preparamo-nos para mais uma volta por Moscovo, ver as emblemáticas estações de metro, um parque repleto de estátuas e a Praça Vermelha, uma vez mais, desta feita by night.


Amanhã será a arrancada rumo a Este, teremos a companhia do G-Shock Im, não, não é um boneco de animação tipo Action Man! É um rapaz sul-coreano que atravessou a fronteira da Estónia para a Rússia no mesmo autocarro que nós, teve também em S. Petersburgo e arranca também amanhã, também no comboio nº340, também até Irkutsk.

26 de junho de 2011

Só para dizer...

...que já temos os bilhetes para a próxima etapa da viagem, Moscovo - Irkutsk! Por sinal, no mesmo dia , de diferente mês e de diferente ano, em que amigos nossos tinham comprado, anos antes, os deles. Por coincidência ou destino, os mesmos dois lugares de carruagens diferentes em que viemos de São Petersburgo para Moscovo, 37 e 38. Custaram cerca de 100€, são em 3ª classe e com data de 29 de Junho às 13.35h, chegada ao destina ás 4h de dia 3 de Julho. Ontem chegámos e demos uma pequena volta em torno da estação de comboio. Pensámos que chegariamos a algum lado mas devido ao tamanho de Moscovo foi-nos impossível ver pouco mais que grandes edificíos de negócios, eternas avenidas, mas nada de bonito nem vistoso. Mais uma recepção à moda Russa, poluição, cinzentisse e más caras. Encontrámo-nos com uma outra Irina, também membro do HC, que nos recebeu de forma calorosa. Fomos até a um parque onde se festejavam os anos de uma amiga, um grupo de cerca de 10 pessoas estava no meio de uma autêntica floresta a fazer um pic-nic. Juntámo-nos a eles e assim fomos introduzidos a Moscovo e os seus cidadãos. Hoje acordámos descansados e não muito cedo, fomos directos comprar os ansiados bilhetes, rumámos calmamente até ao Kremlin e à Praça Vermelha. Sempre na companhia da Irina, uma amiga e a filha, andámos, andámos até que finalmente deparámo-nos com o Kremlin, muitas pessoas e uma presença no ar. A Mother Russia de volta!Fomos deixados na Praça Vermelha, com a chave de casa e já umas cervejas no bucho. Seguimos para jantar, num "fast food" de comida tipicamente russa e procuramos um lugar de festa. Andámos em torno da nova e velha Arbat e nada feito, perguntámos na rua e as indicações foram vagas. Desisitmos e com o plano furado seguimos para casa, comprámos mais umas cervejas no mercado 24h e fomos ficando acordados até ao raiar do sol, a conversar e a beber para depois cozinhar um belo pequeno almoço e finalmente dormir um pouco. Eu vou agora descansar. FIca o update.

23 de junho de 2011

Mother Russia

141 milhões dos quais 5 em St. Petersburg.
Um mundo que tem vindo a ser descoberto após uma impressão caótica, suja e confusa. À chegada a surpresa foi grande, com um movimento extremamente intenso para as 7h da manhã que eram, muita poluição e pesssoas mal encaradas por todo o lado!
Acordámos a Irinia, a nossa companheira do HC, que sem dúvida nos mostra mais que qualquer outro hostel ou lugar. É um dilema grande entre os hostels "turísticos" e a hospitalidade local. Uma faca de dois gumes, o nosso pouco afiado mas incisivo.
Partilhar momentos com pessoas locais permite-nos usufruir e compreender o que realmente acontece por estas bandas. A primeira impressão desta cidade foi suavemente apagada pelo tempo que nela fomos caminhando, pelas interacções que nela ocorreram, pelo sol que foi brilhando, quase 24h sobre 24h! Será que só nós achamos isto tão fascinante e de certa forma
incomodativo... o espiríto cais-do-sodré apodera-se de cada João ao saírmos de casa sempre no lusco-fusco, embora sejam apenas onze da noite!

Ontem fomos até à sauna na Dostoievski Prospect. Foi bom e relaxante. No fim, voltámos num carro que mandámos parar no meio da rua, uma espécie de táxi (mais barato) privado. Qualquer pessoa que ande com o seu carro na rua está disposta a prestar este serviço, nada fácil por sinal, tendo em conta o número elevado de carros e respectivos aceleras!

Comprámos os bilhetes para Moscovo! Sairemos esta noite quando forem 2 da manhã e chegamos ao meio dia de amanhã a uma cidade com 4 vezes mais pessoas, certamente o caos é maior e a actividade também. Apesar da ideia pré-concebida, das dificuldades previstas na compra do bilhete, as pessoas mostraram-se preocupadas, procuraram resolver os nossos problemas, com maiores ou menores dificuldades no inglês, mas finalizando com um caloroso sorriso. Por aqui, a partilha é até à exaustão. Prédios comunitários onde é possível comprar um quarto, não pagar pela água consumida e o valor do gás ser irrisório. As pessoas dão o que podem e trabalham com um sentido comum de responsabilidade e nação, o espiríto do Lenine ainda anda por ai. Um modo de viver completamente diferente e perdido no nosso lado mais capitalista da Europa. Por outro lado, a presença so senhor Putin também é sentida. Segurança, presença e algum domínio ostentado e ostensivo. Percebe-se um afastar de classes, previligiádos em grandes carros, boas festas e sempre “mais na sua”, já os desfavorecidos parecem mais atentos, curiosos, mas com um peso em cima... do passado?! do presente?!

Assistimos a uma demonstração do poderio Russo, quando ao andar pela Nevski Prospect, a avenida principal com 4,5km de comprimento, surge um grupo de soldados acabados de formar, com armas, tanques e todo o arsenal antigo, para que qualquer pessoa pudesse ser fotografada ao lado desse armamento.

Uma cidade de extremos e opostos, onde se vai de um a outro num mero instante. Nota-se o orgulho na Mother Russia presente no ar, sem que isso impeça uma apreciação muito positiva do espaço, do tempo e das pessoas que vamos cruzando.

Aprendemos a beber vodka como eles, a falsificar cartões de estudantes (com a ajuda e dica preciosas da Irina, já nos valeu a entrada no Hermitage), a encarar más caras e arrancar sorrisos. A aprendizagem do beber vodka deu em longas conversas caseiras (para além das normais tonturas e enrolar de língua) até que a Irina se retirou e ficámos os dois. Foi, mais uma vez, uma altura de partilhar sentimentos pessoais e sobre pessoas, as vivências desta aventura e de várias outras que as vidas já encontradas ou por encontrar reservaram a cada João.
Muito mais haverá para aprender e assimilar no decorrer desta viagem. Cá estaremos para o que der e vier.

22 de junho de 2011

Bruce

Ambos, os dois!!!, concordámos que teriamos de colocar um post com o teu nome.
Foi já há dois dias, não muito mas o suficiente para ser a segunda vez que nos lembramos de tal.
Consideramos-te um mestre, mesmo sabendo eles não te como tal. :) Seja pelas conversas, atitudes ou lições, demosntração de profissionalismo, dedicação ou preocupação, um mestre.
Grande abraço de St. Peters.
Já com bilhetes para Moscovo.... uma outra conversa.
Abraço amigo.

21 de junho de 2011

From Russia with Love...

Entrámos!
JJ's on the move!


Carimbos, lusco-fusco (note-se a hora) e siga a viagem!


Directamente da fronteira para o mundo, a foto que marca o
momento.

20 de junho de 2011

On our way

Dentro do autocarro para S. Petersburgo, a rasgar por cima da chuvada monstra, no lusco fusco do costume e com net!!! Siga na aventura.
Já deu para perceber algumas dificuldades que se avizinham... russos! God dam! São mesmo uns gajos esquisitos, pouco ou nada comunicativos e com dificiências enormes ao nível da simpatia! Irra que vai doer!

Tallin



Quem diz que o lusco-fusco são 5 a 7 minutos é porque nunca esteve em Tallin. Aqui esse mesmo período de loucura, devaneios e semiluminosidade escura dura umas boas 4 horas! E a verdade é que não chega até à noite, dando a volta para um novo dia, com pouco sol e ora chovendo ora soprando vento! Povo bonito, magro (mais elas) e super super calmo. O silêncio falado, a descontração implícita nas acções e um movimento suave e relaxado, deixando no ar uma sensação agradável de bem-estar, bom-viver e qualidade de vida. Ar feliz nas caras locais? Nem por isso... uma antagonia dificíl de engolir!
Fomos excelentemente recebidos por uma membro do Hospitality Club (HC), foi buscar-nos ao aeroporto e apresentou-nos à nossa casa por um dia! Apressou-se a mostrar-nos onde ir, o que fazer e como o fazer. Ulane, de seu nome, gere um posto de turismo alternativo onde são organizados passeios de bicicleta por zonas desconhecidas até para locais, indicados os restaurantes low-cost e recebidos turistas como nós, sem poiso nem rumo.
Como bons Portugueses, lançamos as nossas armas e organizamos o jantar para a Ulane e o namorado, o casal de raparigas que vive na "nossa" casa e nós mesmos! A arma da hospitalidade, confraternização e diálogo. Pasta portuguesa, com salmão e mexilhão! Vinho, do tinto, Macieira para acamar e muita conversa. Boa apresentação da hospitalidade portuguesa além fronteiras. Seria uma noite de descanso normalissíma.... não fosse a Macieira, bares à porta de casa e a companhia dos João(s). Fomos beber só mais um copito... um João voltou mais cedo o outro ainda dorme. Foi uma noite de partilhas, descobertas e confissões. Pela meia noite arranca o autocarro que nos levará para a Rússia! São Petersburgo será o verdadeiro início da aventura, do desconhecido e do estranho, da descomunicação e da viagem....

19 de junho de 2011

Liverpool

À porta da Angelical Church com mega casamento a acontecer... os sinos tocam já faz alguns 30 minutos mas por fim calam-se. Uma cidade inglesa, com tempo, consumo e vivências inglesas... frio, chuva, pouco sol e basntante álcool. Passeios limpos, cidade arranjada, regras definidas e atitude ríspida e pouco simpática. A cidade desenvolve-se em torno de centros comerciais ao ar livre, gastar consumir e ostentar. Aperaltam-se as miúdas, "enchem a cara" dos mais velhos aos mais novos, é a sexta-feira da descompressão! Voltam os sinos para a entrada nos Rolls Royce, é o grande finale do casamento.
A cidade vê-se num dia, pequena, fria, muita loja e algumas igrejas. A grande doca da revolução industrial e a presença sempre invevitável dos senhores do Rock, The Beatles.
Chegámos ontem, partimos amanhã. Tudo igual para quem aspira a um desconcetar com o mundo conhecido, o mundo do consumo e da imagem. Caverns Club, o legendário sítio onde vários artistas se juntaram e tocaram pela primeira vez os The Beatles, os emblemáticos passaram esta tarde por aqui através da voz de outros. Contagiáram-nos com o seu rock e o nosso roll!

Já vamos lançados e agora comemos pizza no Hatters Hostel, presque à allez to Tallin!

17 de junho de 2011

A saída

No aeroporto apenas a família próxima se despediu.

As sensações à flôr da pele... que sensações?! Que sentimentos?! Difícil descrever o que cada João, cada pai e cada mãe sentem num momento como este. O avião levanta: suores frios, sorrisos nervosos, risinhos agitados, um revolver no estômago como quem sente o nervosismo a crescer de dentro... tudo surge com naturalidade :)

Sentimentos e sensações próprios da altura e do acontecimento. Começou o desafio desta mega viagem.



16 de junho de 2011

List

A lista de material está em desenvolvimento... Esta a parte de 1 João, está folgada a mochila mas já pesa mais que 20kg, a olhómetro!
Aceitam-se objectos a incluir.

- Ténis, Havaianas, Sandálias
- Toalha
- Capa Chuva
- T-shirts, Boxers e Meias
- Polar
- Calções
- Calças
- Camisolas
- Chapéu
- Higiene Pessoal

- Máquina Fotográfica
- Rolos
- Harmónica
- Primeiros-Socorros, com medicamentos

- Camping Gaz
- Conjunto Cozinha
- Sabão Azul e Branco
- Pilhas
- Fita Adesiva
- Binóculos
- Canivete
- Lanterna Dinamo
- Lanterna Frontal
- Guias
- Atlas

- Cadernos e caneta

Rápido, faltam 17h!

Até breve.

11 de junho de 2011

Ir indo

Em contagem decrescente para a partida, 6 dias e poucas horas!!! Começam as despedidas... começam os jantares, os últimos encontros do até breve, o limar de arestas em tudo o que nos diz respeito. Projectos em standby para o regresso, em desenvolvimento para o depois ou a terminar com a data de partida, são todos eles apostas individuais de cada João! Será um corte radical com tudo o que conhecemos, corte no contacto, na interacção, na rotina diária da nossa cidade berço e do nosso local de vida. Qualquer um de nós já teve experiências semelhantes, considerando o corte. Mas não há corte com este! Materialmente tudo será diferente, visualmente uma descoberta e sentimentalmente uma evolução. Em qualquer viagem uma pessoa desenvolve-se e modifica-se. Nesta, a transformação poderá ser não só irreversível como profunda. É esta a beleza da viagem, do partir ao desconhecido, da aventura e da descoberta! Já os nossos antepassados o sabiam e perpetuaram... e digamos que os nossos contemporâneos fazem o que podem... pelo menos na parte da irresponsabilidade da aventura ao governarem o país... sejam eles laranjas, azuis, rosas, vermelhos, castanhos, incolores ou cor-de-burro-quando-foge!
Vamos arrumar as malas e os gadgets, preparar o corpo e a mente.
Ir indo!

1 de junho de 2011

Percepções

Já não falta tudo! Impressionante a relatividade do tempo, o encolher e esticar do momento e a percepção que os diferentes Seres Humanos têm desse mesmo acontecimento!
Ultimamente é só viagem... já não há nada que não lembre, não puxe o tema ou não nos estimule sonhar com um projecto que a passos lentos e largos se aproxima do início.
Ainda assim, algum tempo para vos deixar aqui um nome. Richard Feynman, um excelente cientista, um génio como apenas 4 ou 5 que passaram em milhares de milhões de anos neste nosso planeta. O entusiasmo deste Senhor a falar de algo tão complexo e simplificável como a realidade, tudo o que nos rodeia e, acima de tudo, esta forma de pensar e imaginar! Único, impressionante e de certa forma pacificador... Alguém assim é um Génio! Vale a pena. Vale pela "simplicidade" da ciência apresentada, pela excitação evidente do personagem e acima de tudo, pela filosofia transmitida. Pensem, mas pensem a fundo, imaginem, coloquem hipóteses e sonhem! O que é o Homem senão um bicho curioso?!
Aqui podem seguir a aventura de dois desses bichos monstruosos (quando comparados com os mais pequenos organismos terrestres) na imensidão infinitamente pequena desta nossa Terra quando contextualizada no nosso infinitamente grande Universo.
Até breve.