Partilhar momentos com pessoas locais permite-nos usufruir e compreender o que realmente acontece por estas bandas. A primeira impressão desta cidade foi suavemente apagada pelo tempo que nela fomos caminhando, pelas interacções que nela ocorreram, pelo sol que foi brilhando, quase 24h sobre 24h! Será que só nós achamos isto tão fascinante e de certa forma
incomodativo... o espiríto cais-do-sodré apodera-se de cada João ao saírmos de casa sempre no lusco-fusco, embora sejam apenas onze da noite!
Ontem fomos até à sauna na Dostoievski Prospect. Foi bom e relaxante. No fim, voltámos num carro que mandámos parar no meio da rua, uma espécie de táxi (mais barato) privado. Qualquer pessoa que ande com o seu carro na rua está disposta a prestar este serviço, nada fácil por sinal, tendo em conta o número elevado de carros e respectivos aceleras!
Comprámos os bilhetes para Moscovo! Sairemos esta noite quando forem 2 da manhã e chegamos ao meio dia de amanhã a uma cidade com 4 vezes mais pessoas, certamente o caos é maior e a actividade também. Apesar da ideia pré-concebida, das dificuldades previstas na compra do bilhete, as pessoas mostraram-se preocupadas, procuraram resolver os nossos problemas, com maiores ou menores dificuldades no inglês, mas finalizando com um caloroso sorriso. Por aqui, a partilha é até à exaustão. Prédios comunitários onde é possível comprar um quarto, não pagar pela água consumida e o valor do gás ser irrisório. As pessoas dão o que podem e trabalham com um sentido comum de responsabilidade e nação, o espiríto do Lenine ainda anda por ai. Um modo de viver completamente diferente e perdido no nosso lado mais capitalista da Europa. Por outro lado, a presença so senhor Putin também é sentida. Segurança, presença e algum domínio ostentado e ostensivo. Percebe-se um afastar de classes, previligiádos em grandes carros, boas festas e sempre “mais na sua”, já os desfavorecidos parecem mais atentos, curiosos, mas com um peso em cima... do passado?! do presente?!
Uma cidade de extremos e opostos, onde se vai de um a outro num mero instante. Nota-se o orgulho na Mother Russia presente no ar, sem que isso impeça uma apreciação muito positiva do espaço, do tempo e das pessoas que vamos cruzando.
Ainda não passou uma semana e já há tanto para contar! Ficamos surpreendidos com a capacidade dos textos e fotografias para transmitirem o que são as experiências do contacto com sociedades diferentes. Vamos sentindo também um pouco da humildade, solidariedade e simpatia comum a todos os "povos" quando a oportunidade se proporciona. Afinal Lenine tinha razão!
ResponderEliminarBoa continuação e até Moscovo