Tripásia
Ásia 111 dias.
5 de outubro de 2011
4 de outubro de 2011
Regresso
Não é hoje que termina esta viagem, contudo chegámos ao velho continente e poderá ser hoje que terminam aqui as minhas palavras. Estamos em Londres, velho continente Europeu e em “porto seguro”. Um porto pouco seguro pois o trabalho escasseia a corrupção atinge proporções indignarias (se não o fosse só por existir) e o futuro nada promete. Andámos pela Ásia, por países mais e menos desenvolvidos, com melhores e piores perspectivas futuras e realidades actuais. E como em tudo, existem aspectos positivos e negativos em cada uma das realidades. No tratar das multidões a Ásia bate-nos aos pontos, no tratar do indivíduo a Europa está no seu melhor. Para o bem e para o mal, encontrar o equilíbrio entre os dois mundos será o ideal. Fácil, não é! Estamos na era da comunicação, dos contactos directos entre indivíduos e instituições, as ideias circulam à velocidade da luz, aproveitemos tudo isto e façamos um mundo melhor. Hoje em dia, temos acesso a tudo e mais “um par de botas”, opiniões, fotografias, textos, informação e desinformação, sexo e romance, há que saber escolher, ser crítico com o que se vê e com o que se transmite. Não podemos alimentar fantasias, temos de viver a realidade. Não correr atrás das utopias mas sim caminhar para humanizar a Humanidade. Somos racionais, existem atitudes, comportamentos e decisões que são correctas, procuremos a honestidades e a responsabilidade de fazer bem, mesmo que pressionados de alguma forma para não o fazer.
Viajámos 111 dias, muitos recantos e muitas pessoas, muitas histórias e outras tantas realidades. Cada um de nós viveu a mesma viagem à sua maneira. Conseguimos vivê-la em conjunto individualmente sem que houvessem atritos nem grandes embates. Adaptámo-nos como qualquer Homem tem de fazer perante alguma adversidade. Mantivemos os nossos valores e ideais individuais mas construímos um conjunto forte e sólido, introduzindo de cada individuo o que de melhor se encontra na sua individualidade. Crescemos, aprendemos, decidimos, tornámo-nos mais seguros e confiantes. Enchemos os pulmões de ar fresco e o cérebro de ideias novas. Voltámos com força e vontade a uma união em vias de desaparecer como tal - se alguma vez foi real - e perguntamo-nos, será aqui que eu quero viver?
3 de outubro de 2011
Por último…
Shangai! Diz-se por aí que o melhor vem no fim. Dificilmente conseguiremos dizer o que mais gostámos nesta viagem, qual o melhor país, a melhor comida ou a melhor aventura. Contudo, podemos afirmar com toda a certeza que uma das melhores recepções que nos fizeram foi nesta cidade magnífica. Através de um grande amigo, chegámos ao contacto da Luísa (Maria) que por sua vez vive com a Maria (Mafalda). Foram elas as responsáveis por termos ficados instalados no centro de Shangai, num 17º andar de 5 estrelas com uma vista maravilhosa e de nos dar a conhecer a cidade. Verdade seja dita, não conhecemos muito, mas o que conhecemos gostámos. Acima de tudo foram noites e dias de convívio onde pelo meio se celebrou o aniversário da nossa anfitriã! Foram poucos dias mas conhecemos o essencial e disfrutámos o que a cidade tem de melhor, cozinhamos uma noite e fomos conhecer o 88, bar tipicamente chinês! Descansámos, pastelámos por casa e ajudámos a preparar a festa. Conhecemos outros portugueses que vivem em Shangai, fizemos contactos e partilharam-se histórias. No meio de tudo isto confirmámos a pequena dimensão do mundo, mesmo falando-se da China.
Descobrimos uma Shangai moderna, crescida em altura e mantendo a criancice dos chineses. Uma cidade virada para o futuro com edifícios de beleza incrível, uma marginal cheia de vida e animação. Apanhámos o início das comemorações do National Day, milhões e milhões de chineses foram chegando e da mesma forma, milhares e milhares de polícias foram povoando a cidade. Não para segurança mas como forma de controlar e organizar as multidões. Para final desta grande aventura asiática que mais poderíamos pedir?! Foram meses de intenso convívio, de conhecer pessoas de várias partes do mundo, as suas culturas e ideias. Muitas diferenças e muitas semelhanças. Aqui identificámo-nos e como a própria Maria (Luísa) diria, as boas companhias merecem-se.
Infelizmente, apenas nos falta Londres antes do regresso ao ponto de partida. O sentimento de tristeza apodera-se de nós à medida que estamos mais e mais próximos do destino final. Continuávamos mais uns meses? Sim, sem dúvida, ainda para mais, sabendo que corríamos o risco de descobri mais e mais pessoas tão impecáveis como as nossas anfitriãs em Shangai. Coragem para o regresso, aconselhou um amigo sábio!
2 de outubro de 2011
1 de outubro de 2011
Em altura e com estilo
A uma hora de Macau, apanhando o barco a jacto, encontramos uma cidade construída em altura, essa cidade é Hong Kong. Apenas ficámos uma noite e um dia nesta China pouco chinesa. É difícil tecer algum comentário mais profundo que apenas pequenos apontamentos do que vivemos e sentimos. Um cidade muito cosmopolita, diversificada e onde o estilo está sempre presente. São as pessoas com os fatos de trabalho impecáveis e muito fashion, são os prédios que competem uns com os outros para sobressaírem no skyline da cidade. E que edifícios! Uma cidade extremamente rica arquitectonicamente e onde tudo se desenvolve em altura, assim como em Macau. São escolas, primárias ou secundárias, hospitais, fábricas, cafés, restaurantes e até jardins, tudo se encontra nos altos prédios espalhados por toda a cidade. Gostámos da vida da cidade, do seu aspecto moderno e aprumado. Sem dúvida a única falha foi nossa… falta de tempo para aproveitar mais e melhor.
A nossa casa, deste lado do Mundo.
A curiosidade era enorme mas sem saber o que esperar, o que iriamos encontrar e o que iriamos sentir. Muitos amigos, alguns familiares e imensos compatriotas andaram anos e anos por estes 30 quilómetros quadrados ganhos ao mar. Macau, o recanto português em plena Ásia.
À chegada sentimos logo o gostinho português em tudo o que víamos, ora nas indicações e nomes de ruas, na calçada dos passeios ou nas praças e jardins que por aqui existem. Os polícias são para a segurança pública e são iguais aos de Lisboa, apenas com a diferença de terem os olhos em bico. Fomos excelentemente recebidos por amigos de amigos, que nossos amigos são. Tivemos festa, muita festa! Bebemos SuperBock e comemos bacalhau. Ouvimos histórias e conhecemos realidades.
Segundo os habitantes portugueses que por cá conhecemos, muito mudou com a passagem para a China. O crescimento foi enorme, com a legalização do jogo e o aparecimento de casinos enormes. Macau passou a ser a galinha dos ovos de ouro para o governo Chinês. Aparentemente não querem saber muito o que por cá se passa desde que continuem a receber a sua percentagem vinda dos casinos. E que luxo nos casinos! Barras de ouro no chão rodeadas por diamantes, um diamante e uma esmeralda do tamanho de bolas de golfe e tudo o que é lojas de alto luxo. Claro que para além desta vida, existe uma outra vida em Macau. A vida dos Macaenses que por aqui trabalham, que para cá vieram na tentativa de ter uma vida melhor que na China.
Deixámos não só marcas arquitectónicas e linguísticas mas também comportamentais. Nesta China de Macau a praça à portuguesa onde encontramos de tudo um pouco existe e a mentalidade do deixa andar, fora com o jogo, também. Parece que a mainland China, de Macau, apenas quer o dinheiro do jogo (15% das receitas), o resto quem quiser que use, quem não quiser que tente mudar, sejam eles portugueses ou chineses.
23 de setembro de 2011
Same, same but… different
É verdade! Já andamos em viagem há uns meses e ao chegar ao sudeste asiático é fácil verificar-se esta máxima Tailandesa. Agora no Vietname, Ho Chi Minh City, podemos comprovar o que isto realmente significa. Para qualquer pessoa que venha de fora, sabendo ou não as diferentes Histórias, entrelaçadas ou não, é confrontada com este dizer. Em qualquer um dos anteriores países desta região encontramos nas pessoas, cidades, produtos, ofícios ou ambientes muitas semelhanças… mas existem diferenças. Em todo o lado encontramos meios de transporte privados, sejam eles “tuk-tuk”, uma acelera ou mesmo um “rik-xo”. Todos têm arroz frito e noodles, cerveja e café nacionais, “zonas” cingidas ao turista e às sandes de queijo. Mas em todos os casos as diferenças percebem-se bem.
Aqui no Vietname, salvaguardando que apenas conhecemos esta cidade, notamos que as pessoas vivem melhor, existe uma maior classe média, o país agarrou-se à sua agricultura, pesca e ao turismo, para daí florescer. Parece que o fizeram melhor e mais depressa que na Tailândia, por exemplo. Adorámos esta cidade, na qual festejei historicamente os 29 anos, sendo suspeito tanto elogio. Contudo, a cidade tem vida, as pessoas são simpáticas, deparamo-nos com edifícios coloniais, novos arranha-céus e prédios asiáticos, parques e ruas largas. Sentimos pela primeira vez que o turista pode passear por toda a cidade, sentindo-nos à vontade, conseguindo movimentarmo-nos sem pressões, podendo encontrar recantos onde não estão os vendedores e onde o turista é mais um. Sentimos de volta um pouco mais da China, com as sua ruas largas que permitem aos milhões de motos e transeuntes respirar e ver o céu durante a azáfama do dia-a-dia.
Em boa verdade, não encontrámos nada de novo comparativamente com o que vimos nos outros países. Apenas maior preocupação e cuidado com tudo, pessoas mais simpáticas e uma cidade brutal. Same, same… but different.